Meu amor!
Que em toda a parte vejo
Qu'em toda a parte beijo
Que não quero a mais ninguém.
Oh, amor!
Que estás nos meus gestos
Nos meus olhos
No meu corpo
Como a sede que não é mitigada;
Como a força que não cessa;
Como a fome que mata.
Andrajos de corpos nus
Que de rastos em espelhos baços
Passam sem nos conhecer...
O mundo é cego,
Nós somos um só
E os olhos do medo
Tornarão pó.
Maria Manuela Silva
Reservados Direitos de Autor
MAKTUB POEMAS
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“Você é o que pensa. Você é o que procura. Você é o que faz”. Bob Richards
26 de mai. de 2005
18 de mai. de 2005
CAVALOS de SILEX
Ainda estávamos em guerra
quando fomos à lua
e tínhamos fome e feridas nos olhos de cegar
agarrávamos o futuro com a luz do laser
e as flores gelavam aqui donde partíamos
com carbúnculos nos braços
pássaros de pio futuro
por onde andávamos
deixámos a terra grávida de salamandras
esventradas ganhávamos o pão nosso cada dia
com medidas de suor
e um inverno de vómito
estarrecia sob as raizes as galáxias
mediam-se por braçadas
de legumes ou milho ou arroz
que no-las distanciavam
e as estrelas fugiam
perseguidas por cavalos de sílex
o sonho criava lodo cada manhã
as palavras mal nasciam
apodreciam em limo nesta situação-limite
os seios o sexo o sémen
convenceram os homens
nas suas fábricas de cavalos de sílex
tarde peitos punhos pulsos
resolvemos ousar nosso pão
OSWALDO OSÓRIO
Cabo Verde
(1971)
IN: Chuva de Letras
quando fomos à lua
e tínhamos fome e feridas nos olhos de cegar
agarrávamos o futuro com a luz do laser
e as flores gelavam aqui donde partíamos
com carbúnculos nos braços
pássaros de pio futuro
por onde andávamos
deixámos a terra grávida de salamandras
esventradas ganhávamos o pão nosso cada dia
com medidas de suor
e um inverno de vómito
estarrecia sob as raizes as galáxias
mediam-se por braçadas
de legumes ou milho ou arroz
que no-las distanciavam
e as estrelas fugiam
perseguidas por cavalos de sílex
o sonho criava lodo cada manhã
as palavras mal nasciam
apodreciam em limo nesta situação-limite
os seios o sexo o sémen
convenceram os homens
nas suas fábricas de cavalos de sílex
tarde peitos punhos pulsos
resolvemos ousar nosso pão
OSWALDO OSÓRIO
Cabo Verde
(1971)
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